Muitas pessoas me têm dito, nos últimos
tempos, que eu sou uma inspiração e me têm agradecido pelo bom exemplo que dou.
E isto é muito estranho para mim. Até há poucos meses, eu era uma das pessoas
que estão 'do lado de lá', agarrada a dietas restritivas, que nunca conseguia
levar uma dieta até ao fim, que andava sempre cheia de fome e vontade de comer
coisas que não devia. Até que me cansei. Percebi que não queria aquilo para
mim. Não queria continuar a vida em dieta, alternando fases em que não comia
quase nada com fases em que encolhia os ombros e pensava ‘perdido por 100,
perdido por 1000’. Além disso, estava farta de nunca me sentir bem comigo nem
com o meu corpo. Ora me sentia esfomeada, ora me sentia gorda e inchada por
andar a comer de mais. Foi aí que decidi mudar. Mas mudar mesmo. Mudar de forma
decisiva e consistente.
E, foi quando decidi mesmo mudar, que percebi
que isto de ter uma alimentação saudável é para a vida inteira. Claro que já
tinha lido isso em imensos sítios, mas, tendo em conta o padrão alimentar
restritivo que eu seguia quando queria perder peso, não me queria convencer que
teria de ser assim para sempre. E a verdade é que não tem. Não tem mesmo. Por a
mudança a nível alimentar ser para a toda a vida, ela tem de se adaptar à nossa
vida, tem de nos permitir comer coisas de que gostamos.
Muitas vezes dizem-me que eu tenho muita
força de vontade. Ora bem, eu não acredito em força de vontade. Força de
vontade todos temos... quando queremos uma coisa que acreditamos ser possível.
A chave, para mim, é mesmo essa: acreditar. Acreditarmos em nós, confiarmos no
processo e nos resultados, sentirmos que vale a pena fazer o investimento,
acreditarmos profundamente, que merecemos, ser mais saudáveis e mais
felizes. Tal como diz a Catarina Beato, mais do que acharmos que merecemos
'aquela fatia de bolo', sentirmos que merecemos cuidar de nós, e do nosso
corpo.
No que diz respeito à motivação, eu acredito
que há um momento em que as coisas se conjugam. Acredito que há um momento em
que o querer, o acreditar, o estar disposto a mudar definitivamente, o
gostarmos de nós o suficiente para fazer o investimento, e o termos alguém que
nos apoie se sintonizam e nos permitem, finalmente, conseguir o que durante
muitos anos quisemos, mas não conseguimos. Não basta querer. Muitas vezes
dizem-nos que se quiséssemos mesmo conseguíamos, mas eu não acredito nisso. É
preciso mais do que querer. Por exemplo, no meu caso, durante anos, tive ajuda
da minha madrinha, que gastou imenso dinheiro em dietas, consultas e
tratamentos. Mas faltava-me o principal: eu não gostava de mim, nem me achava
merecedora de uma mudança tão grande. Muito menos acreditava que conseguiria,
realmente, emagrecer. Não é que eu não estivesse motivada, mas não estava
preparada.
Por isso, a ideia principal que quero passar
neste texto, é a necessidade de gostarmos de nós. Tenhamos o corpo e o peso que
tivermos, temos de conseguir gostar de nós. Porque só assim vamos conseguir
fazer o que é necessário para mudar. Parece um contra-senso, eu sei, e há
muitas pessoas que acreditam que vão gostar mais delas quando perderem peso.
Mas não é assim que funciona. O gostar de nós tem de vir primeiro. A este
propósito deixo-vos um texto longo, mas muito interessante, que retrata muito
bem aquilo por que nós, mulheres, quase todas passamos: a eterna insatisfação
como nosso corpo, que muitas vezes nos é passada pelas nossas mães, mesmo que
não tenham consciência disso e que também nós, se não tivermos cuidado, iremos
passar às nossas filhas. No meu caso, não posso deixar de destacar a importância que
o meu namorado teve em todo este processo. Ele ensinou-me a gostar de mim. Foi
através dos olhos dele que eu me comecei a ver de outra forma. Foi ele que me mostrou
que, mesmo gordinha, eu merecia que um homem gostasse de mim. E, por isso,
vou-lhe estar para sempre agradecida. Ele foi uma peça fundamental em todo este
processo.
Gostarmos de nós. Acreditarmos que é
possível. Percebermos que a mudança é para sempre, que as dietas restritivas
não funcionam, e que a reeducação alimentar que se adapta à nossa vida, rotina e gostos e nos permite comer de forma
saudável e saborosa é a resposta. São estes os passos fundamentais para conseguirmos, também nós, passar
a ter uma alimentação mais saudável. E, consequência disso, para sermos mais
felizes.
:)) Eu gosto de mim... mas também gosto de chocolate branco.. lolol... e agora? =P
ResponderEliminarSara,
EliminarMas podes comer um quadradinho ou dois de chocolate branco, de vez em quando e com moderação. Assim até apreciamos mais o sabor das coisas.
Beijinhos
Não podia concordar mais e já há muito tempo que penso da mesma forma, primeiro temos de gostar de nós próprias. Aquilo que a Catarina diz, que também merecemos as coisas boas e saudáveis, até mais do que o chocolates ou outras guloseimas tocou-me muito e parece-me que a ti também.
ResponderEliminarO teu percurso está a ser verdadeiramente inspirador. E é tão simples! Tive já vários momentos de "cair a ficha" e decidir viver de forma mais saudável mas ainda tenho um percurso grande pela frente, ainda cedo muito à gula, como demasiada quantidade de comida. Vou contrabalançando com o exercício físico que tem sido um verdadeiro motor para transformar o meu corpo e fazer-me sentir melhor comigo mesma. Aos poucos acredito que vou ao sítio. :)